quinta-feira, 17 de maio de 2012

QUEM QUER UMA BARRA DE CHOCOLATE ?

Nem preciso comentar que o título deste post me traz à memória. Mas vou utilizá-la em uma analogia: o que é melhor? A barra de chocolate ou um quadradinho? Mas antes, vou introduzir o assunto que eu quero discutir. Era uma noite qualquer para uma pessoa qualquer. Mas não pra mim. Sei da presença de Deus todos os dias da minha vida, mas nesse dia estava difícil senti-lo . Os joelhos vão ao chão, as lagrimas rolam descontroladamente na face, uma atropelando a outra. Mas esse é o único lugar pra se estar, para se encontrar, pra se entregar... e o que vem como primeiro pensamento é a indignação: “Deus, por quê? Antes de agir, coloquei em Sua presença Deus, não entendo!” E essa frase tornou-se uma névoa na mente, até que o corpo cedeu e peguei no sono. Dias se passaram. A pergunta ainda era feita frequentemente, mas a resposta parecia distante. Mais alguns dias se passaram, a pergunta passou a ser feita com menos frequência. E ainda, nada da resposta. Chegou num tempo em que a ausência de resposta ainda incomodava, mas não era mais prioridade, não causava mais ansiedade e insuportável desconforto. Numa tarde de outono, uma música que tocava começou a encher o coração. E, surpreendentemente, a resposta daquela questão que outrora atormentava a mente foi colocada diante de mim. E o Deus de amor não apareceu num estrondo, em meio a raios e trovões. Ele veio de forma singela e sussurrou ao pé do meu ouvido. Disse que nem sempre vou entender as coisas ou como elas acontecem. Me permitiu entender que isso não é necessário, desde que eu confie plenamente nEle; e que angústia que eu estava sentindo fazia parte do meu processo de cura, antes de receber aquilo que Ele tem pra mim. E em meio a muitas palavras, o que mais me marcou foram essas palavras: “E se você conseguisse entender que eu estou ao seu lado o tempo todo?” Parei pra pensar que essa é uma realidade que todos crescemos ouvindo, mas muitos, devido as circunstâncias da vida, não conseguem entender. E neste dia, Ele me deu dois caminhos – me deixou bem livre pra escolher um deles. O primeiro é baseado no que eu vejo: posso enxergar um deslize de planos – ‘o que Deus está fazendo agora não é nada do que eu esperava, o que vou fazer agora?’ Ou, posso ver a situação com outra ótica: grata e confiante – ‘tudo é perfeito como acontece e, a adversidade que passo agora não se compara àquilo que está nas mãos di Senhor pra mim. Nada foge do Seu controle, meu Deus’. E se hoje me perguntarem como estou, eu apenas estou aqui. Ainda não tenho algumas respostas, mas mudo a maneira de perguntar: “Daqui em diante é o Senhor quem manda, vai valer o que o Senhor falar. Agora, nas minhas batalhas, me mostre onde estão as vitórias. Me mostre? Em que preciso crescer?”. Não quero mais achar que eu tenho direito de receber alguma resposta; pesos desnecessários sempre causam dores e confusões desnecessárias. E lá vai a analogia: quantas vezes pensei “não consegui a barra... mas tenho um quadradinho!”? Várias. E entendi que Deus tem o chocolate inteiro pra me dar, mas às vezes me pego escolhendo somente um quadradinho. E o desafio está em lutar pela barra, pelejar pelo todo e não por apenas uma parte. Sabe, nós não sabemos ao certo o que pedimos, mas Deus sempre sabe o que dá, quando dá e como dá. Vamos levantar a cabeça, eu também vou tentar. Pois compreendo que dias ruins são necessários para os dias bons valerem a pena. E, como diz Martin Franklin, só encontramos o progresso quando estamos em movimento. Toda promessa exige um tempo de peregrinação. Se a resposta daquilo que você não entende vier, Deus é maravilhoso. Se a resposta não vier, Ele continua sendo maravilhoso. Pensando assim, eu e você entendemos que o que importa agora não é a resposta, mas sim ter ideia clara de que Ele sempre se faz presente. Sempre. Na alegria, na tristeza, no regozijo de uma solução ou na angústia da ausência de uma resposta. Independente de qualquer coisa, sei que Deus faz uma menina sonhadora tornar-se tornar uma mulher realizada. Em todos os sentidos; tenho experimentado um pouco disso. E nos momentos em que as coisas parecem desabar ou até irem embora, começo a pensar no fim como um novo começo... aqui dentro carrego a vontade de não viver recebendo quadradinhos, e a aspiração de querer todo o chocolate.

Um comentário:

  1. Verdade seja dita, gostei muito deste post, realmente falou muito comigo, quantas vezes Deus queria me dar uma barra toda de chocolate e eu dizia "só um pedacinho ta bom Deus".

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